
O som de fundo começa. Esperas anciosamente para que seja a tua vez, sempre com aquele medo de te atrazares, e quando chega realmente a hora, o público desaparece, sobramos apenas eu e tu. Sai tudo na perfeição! Por vezes um engano ou outro mínimo, mas ninguém reparou.
Finalmente, acaba. Aplaudente com um sorriso nos olhos, mostrando que afinal tudo correu bem. A cortina baixa ou retiras-te. Levas uma sensação de conforto dentro de ti, como se te sentisses realizada. Chegando junto de quem te acompanha, ouvindo dizer que estiveste muito bem, e se era a tua primeira vez, que para principiante, parecia que o fazias á anos!
Arrependo-me de te ter deixado e ‘abandonado’ aqueles que durante 2 anos e meio me acompanharam. E agora? Voltarei a tocar-te em breve, poder ouvir o teu som bem perto do meu ouvido, e até, voltar a ouvir ralharem comigo por falta de postura. Faz tudo parte… ‘costas direitas, levanta o queixo, endireita o arco!’…Artista que é artista, basta ter o seu instrumento, seja ele qual for, e o palco apenas se torna um chão, e o público a sua pauta pela qual se deve guiar. Não interessa se há muita gente a ver ou não. Não interessa quem faz parte do publico, apenas interessa se estamos a tocar o que realmente amamos, e o resto? O resto é conversa!
Se tocas aquilo que realmente queres, naquele momento? Quem é o mundo? Quem são as outras pessoas? SÃO PORMENORES! Há que se entregar de corpo e alma ao que tocamos, e verás que o mundo se torna mais objectivo, mais fácil... Um simples som de fundo, tudo diz… E cada nota? Reflecte um sentimento único que nunca é repetido. E por mais que queiras, duas notas nunca sairam precisamente iguais.
Comentários
Enviar um comentário