Peço desculpa se sempre quis ter o que não podia, se sempre
sonhei com o que queria, se sempre vi maioria das coisas com olhos abertos e
noutras meti uma venda que ainda hoje tenho. Se tratei como prioridade quem me
tratava como opção - mas não sei, este jeito de querer ter perto quem não dá
atenção é mais forte que eu - , se ainda olho nos olhos de quem não devia e ainda
sinto obrigação de proteger com todas as forças que tenho. Se à vista de todos
sou algo que no olhar de poucos não se iguala nem de perto nem de longe, se
para mal de alguns ainda me mantenho de pé, mas quando a esperança e a ingenuidade
são mais fortes, nada as faz manter no chão.

Hoje sei o que sou, uma pessoa diferente do que fui, e
diferente do que serei, afinal, todos mudamos, uns para melhor, outros para
pior, e as maiores mudanças serão sempre aquelas que nunca nos aperceberemos
que as estamos a fazer. São elas que mais nos marcam sem dar pistas visíveis a
olho nu, apenas observadas a dedo como os antigos o dizem.
Já gostei de mais de quem não devia, já gostei de menos de
quem mais merecia. já dei valor depois de perder como também dei valor antes de
perder. Já olhei para o nada e pensei em tudo sem tirar conclusões, gerando
confusões na minha cabeça que acabaram por transparecer na vida real - ser
humano estúpido, o psicológico manda de mais! - , e mesmo assim continuei aqui,
à mercê da vida, umas vezes vivendo outras sobrevivendo, umas chorando outras
sorrindo, acabando sempre por dar a volta por cima e encontrando algo bom no
meio da tempestade. Foi tudo muito incerto, mas nunca o fim de nada, sempre o
inicio de tudo!
A adolescência será sempre assim, sem sentido, levando-nos a
errar vezes sem conta, mas no fim, conseguiremos sempre perceber que tudo valeu
a pena, nem que tenha sido apenas por um
segundo, por isso vive. Vive ontem sem pensar no hoje, o hoje sem pensar no
amanha, o amanha sem pensar no futuro daí adiante, mas vive!
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