Não me conheço. Reconheces?
Não sei se consigo. Sei que estás perto mas sinto-te tão longe. É como se a tua presença enfeitiça-se o meu ser e me dominasse ao ponto de fazer sentir saudade. Ah, a saudade! Que nasce não sei onde e cresce não sei porquê. Consome-te a alma, sem aviso prévio; sem demonstrar ser positiva ou negativa. Este teu efeito em mim, está a destruir-me. Não me conheço. Reconheces?
O tempo continua a passar e eu não te quero massacrar ou chatear. Não quero ocupar o teu tempo que tão precioso é. Pedes-me desculpa, mas esqueces-te que elas não se pedem, evitam-se. É como um jogo, mas desta vez, quem errar mais, ganha. Sei o que fazes, apesar de pensares que eu não sei o que andas a fazer, mas não me vou chatear. Conformei-me. É tão mais fácil tentar não saber, acredita. Não sei se consegues imaginar como me sinto, mas caso não saibas, recorda como me encontraste, antes de tudo começar. Não me conhecia, e ainda não conheço. E tu, reconheces?
A vida tem um valor tão amplo, contudo não é valorizada. Eu ando a tentar, juro que sim. O chão está cada vez mais próximo, as caixas continuam por abrir e não quero mais afogar-me naquilo que não me vai solucionar de nada. Não voltei a fugir, sabes? Contudo, não consigo estar perto de qualquer grupo de seres, entro em pânico, e a partir daí, não há nada a fazer. Cada vez que riu, sabes o quando choro por dentro? Eu não. Nem tenho noção.
Está a ficar de noite, é melhor ir dormir. Tenho de ir procurar algures nos meus pesadelos a vontade de me levantar de novo. Ela tem sido cada vez menos, parece que estamos a jogar às escondidas, contudo, o jogo já acabou. Desisti de a procurar.
Estou perdida neste Universo de corpos cheios de almas vazias. Não me conheço. Reconheces?
Lembra-te, por favor: presente sempre; garantido nunca.
Boa noite, meu anjo.
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